Meio ruinzinho
Estava só. Ninguém para atrapalhar.
Também, ninguém para ajudar.
Estava me virando como podia até
que ouço: Você precisa encontrar uma mulher que tome conta de você.
Tremeram minhas carnes até o mais profundo
do meu ego. Pensei: Como assim?! Não sou capaz de realizar tarefas diárias
simples como manter a casa limpa, a roupa organizada, preparar minha
alimentação. Preciso de alguém que faça isso para mim? Ainda, precisaria casar
com alguém. Definitivamente não.
Passei então a observar amigas,
procurar por dicas.
Confeccionei um calendário de
tarefas. Minhas noites e os dias de sábado passaram a ser devotados ao trabalho
do lar.
Passado algum tempo, comecei a
descobrir a verdadeira razão da existência de uma lavadora de roupas. Minhas mãos que digam. A casa passou a ser
faxinada de uma vez por dia para uma vez por semana, com os alguns cuidados como
entrar na casa sem os sapatos sujos ou uma rápida lavagem no wc após uso e
outras coisinhas. Até que, em minhas observações às mulheres que vivem sozinhas,
descobri a existência das auxiliares do lar. Que maravilhosas essas pessoas
que, como num passe de mágica, deixam a casa brilhando num lapso de tempo igual
a um dia de trabalho meu, fora da casa. Roupas limpas, casa organizada, limpa e
cheirosa. Finalmente aprendi. Viva essas mulheres!
Na cozinha outra lição,
verdadeiramente mais agradável. Descobri cheiros, texturas e sabores diversos.
Nunca fui chegado a muito rebuscamento, mas saboreio, ainda hoje, um bom
feijão; arroz, sem queimar! Aprendi alguns pratos com peixe, uma massinha e por
aí vai.
A vida seguiu, nem quieta nem
agitada. Até que, após alguns contatos imediatos com o sexo oposto, cheguei a situação
de casado. Novamente.
Naquela altura de nossas vidas, cada
qual com o seu pacote, incluindo filhos e netos. Nesse último quesito
acrescentei duas a minha cota.
Uma visita da caçulinha encheu a casa de criança. Não sei
como conseguem, mas uma é suficiente para encher todos os cantos de qualquer
casa.
Uma noite, resolvi atender as suas necessidades e ofereci um
ovo frito. Fui a cozinha, e tentei fritar um ovo mantendo a gema inteira, sem
sucesso. Noutra, foi a tapioca que não ficou tão boa quanto a da vovó.
Depois de tanto tempo no aperfeiçoamento das atividades domésticas,
onde cozinhar eu tinha como a mais auspiciosa, fui obrigado a ouvir de uma
linda, tagarela e sapeca criaturinha de sete anos: O vovô é legal, mas na cozinha ele é meio ruinzinho.
AJFontes
Realmente a sua cara...😄
ResponderExcluirDeixar cair copos de café e água estão no mesmo pacote. kkkkkk
ExcluirSinceridade é o que não falta às crianças. rsrs
ResponderExcluirÉ mesmo Ricardo. É bonito.
ExcluirAbraço amigo