Meu ídolo
A águia, pouco tempo sente a terra
ou a água. Tão logo se equipa, já ensaia mergulhos no invisível onde aprende a
viver. Seu bailado, no que parece nada, encanta. Mergulha com coragem e acerta
o que quer. Mas não anda, pula. Na água, algumas se arriscam a um curto
mergulho e sempre retornam ao seu reino. Ressoa um canto firme, único. Passa
quase toda a vida só com suas penas, tocando o que não vê.
Pernas e garras possantes, seguram
o tigre ao seu canto. Com movimentos delicados e precisos dos músculos, caminha.
Não deixa que percebam sua presença até que decida se apresentar. Do ar, só os
aromas que trazem alimento e paz nas sombras das árvores. Da água é penoso o
toque, nem que seja para beber. Esparramado no leito da mãe que o acolhe leva
seu tempo.
Tudo ouve e sente. No reino das
águas o peixe desliza ágil ou lento. Forte, na solidão ou em grupos, encontra
seu sustento. À terra agradece por conter o abrigo. É especial a forma de obter
o oxigênio necessário. Imponente ou simples, espera o tempo passar. E passa.
Já o pato. Chega com
um brilho dourado. Está sempre em bando. Distribui alegria na terra, quietude
na água e ordem no ar. Seu estar bem é onde está. Seja com a águia, o tigre ou
o peixe, vai pela vida afora: Sou eu, sou eu. Ando, voou e nado. Até canto.
Mal...mas canto.
AJFontes
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