sábado, 27 de agosto de 2016

Meu ídolo




Meu ídolo

 

A águia, pouco tempo sente a terra ou a água. Tão logo se equipa, já ensaia mergulhos no invisível onde aprende a viver. Seu bailado, no que parece nada, encanta. Mergulha com coragem e acerta o que quer. Mas não anda, pula. Na água, algumas se arriscam a um curto mergulho e sempre retornam ao seu reino. Ressoa um canto firme, único. Passa quase toda a vida só com suas penas, tocando o que não vê.

Pernas e garras possantes, seguram o tigre ao seu canto. Com movimentos delicados e precisos dos músculos, caminha. Não deixa que percebam sua presença até que decida se apresentar. Do ar, só os aromas que trazem alimento e paz nas sombras das árvores. Da água é penoso o toque, nem que seja para beber. Esparramado no leito da mãe que o acolhe leva seu tempo.

Tudo ouve e sente. No reino das águas o peixe desliza ágil ou lento. Forte, na solidão ou em grupos, encontra seu sustento. À terra agradece por conter o abrigo. É especial a forma de obter o oxigênio necessário. Imponente ou simples, espera o tempo passar. E passa.

Já o pato. Chega com um brilho dourado. Está sempre em bando. Distribui alegria na terra, quietude na água e ordem no ar. Seu estar bem é onde está. Seja com a águia, o tigre ou o peixe, vai pela vida afora: Sou eu, sou eu. Ando, voou e nado. Até canto. Mal...mas canto.
 

 
AJFontes

Nenhum comentário:

Postar um comentário