segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Nossa Língua Portuguesa


Nossa Língua Portuguesa


 

Seis da manhã, tenho um tempinho para um último cochilo... “BOM DIA BRASIL” O som da TV enche a casa anunciando um novo dia televisivo.

No alto dos seus 2 anos de idade, o pequeno da família faz sua sonâmbula caminhada matinal do quarto de dormir até a sala e providencia para que as notícias do dia cheguem até nós da casa e da vizinhança. Num movimento contínuo dá meia volta, senta na cama e aguarda aquele que cotidianamente o apronta para sua jornada escolar.

Sem o último cochilo, inicio meu dia tonto com a torrente sonora vinda da sala. Vou ao quarto do pequeno e inicio o processo: Troco a camisa, as calças e sentado na cama apoiando as mãos no colchão enquanto calço as botinas ortopédicas e seus imensos cadarços, ele balança a cabeça sonolenta de olhos fechados.

Num dado momento resolvo ir até a TV e reduzir o som a um nível suportável. Volto e continuo.

Ele, parecendo ter real interesse pelas notícias do Brasil e do mundo, reclama: Oh pai! Assim eu não ovo nada.

Como orientador, corrijo: Não ouço nada. Ovo é de galinha.

Ele para o movimento da cabeça por uns segundos e replica: Osso é de cachorro, eu não ovo nada!

Sem argumento, solto uma gargalhada acompanhada por um olhar de espanto vindo da cama.

Já pronto, levo até a copa onde ele toma um copo leite e eu como um ovo de galinha.
AJFontes

sábado, 27 de agosto de 2016

Meu ídolo




Meu ídolo

 

A águia, pouco tempo sente a terra ou a água. Tão logo se equipa, já ensaia mergulhos no invisível onde aprende a viver. Seu bailado, no que parece nada, encanta. Mergulha com coragem e acerta o que quer. Mas não anda, pula. Na água, algumas se arriscam a um curto mergulho e sempre retornam ao seu reino. Ressoa um canto firme, único. Passa quase toda a vida só com suas penas, tocando o que não vê.

Pernas e garras possantes, seguram o tigre ao seu canto. Com movimentos delicados e precisos dos músculos, caminha. Não deixa que percebam sua presença até que decida se apresentar. Do ar, só os aromas que trazem alimento e paz nas sombras das árvores. Da água é penoso o toque, nem que seja para beber. Esparramado no leito da mãe que o acolhe leva seu tempo.

Tudo ouve e sente. No reino das águas o peixe desliza ágil ou lento. Forte, na solidão ou em grupos, encontra seu sustento. À terra agradece por conter o abrigo. É especial a forma de obter o oxigênio necessário. Imponente ou simples, espera o tempo passar. E passa.

Já o pato. Chega com um brilho dourado. Está sempre em bando. Distribui alegria na terra, quietude na água e ordem no ar. Seu estar bem é onde está. Seja com a águia, o tigre ou o peixe, vai pela vida afora: Sou eu, sou eu. Ando, voou e nado. Até canto. Mal...mas canto.
 

 
AJFontes

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Fluxo



Fluxo

 

Algo a fazer?

Faça agora.

Siga as instruções contidas na mente

Projetadas pelo coração.

 
                                                                                                                                                                AJFontes