De: Ágata Para: Melissa
Oi
amiga.
Como
vai você? Faz tempo que queria escrever, mas fiquei, tipo assim, entalada
despois que você foi. Ficou tudo meio que vazio. Tipo assim, uma casa enorme e
eu sozinha sem entender se você tinha ido ao médico ou sei lá pra onde, até que
entendi que não iria mais ver você. Aí bateu uma tristeza. Passei uns dias
assim, assim. Sem fome nem vontade de fazer nada. Mas a vidinha continuou e
ele, meu dono, começou, tipo assim, a ter mais atenção comigo. Chegar perto,
fazendo carinho. Sabe como é que é, né?
Tudo
é novidade. Mesmo as coisas antigas. Lembra que meu dono não deixava a gente
entrar naquele quarto que ele dorme? Isso não mudou, eu entendi e, mesmo com a
porta aberta, não entro. Em compensação, todo dia quando chega em casa me
procura, faz carinho. Um fofo. Também tem comidinha nova. Uma gostosura.
No
começo fiquei, tipo assim, sem entender, mas despois vi que ele estava querendo
chegar mais perto de mim mesmo. Aí eu cheguei também. Hoje peço colo e ele dá,
mesmo quando está escrevendo naquela coisa, aqui na sala.
O
banho, brummmm, continua um horror! Mas ele faz com calma e não exagera. Com
jeitinho é bem melhor, né?
Há!
Lembra do gatinho branco que, de vez em quando, aparecia aqui? Ele, tipo assim,
voltou menina. Outro dia meu dono encontrou ele na sala. Aí já viu né? Foi uma
correria danada.
Ele
bem que é legal. Nada de mais, só um papinho, umas brincadeirinhas. Acho que
meu dono sabe que ele vem aqui de vez em quando, mas faz de conta que não sabe.
Também, o bichano faz por onde: Não desarruma, não faz sujeira.
Outo
dia estava lembrando quando cai da janela do quarto que durmo e fiquei um bom
tempo lá em baixo, chamando, chamando e chamando por meu dono. Lembra? Quando ele viu, correu, preocupado. Tentou me
pegar e eu toda pra lá, mas terminei chegando perto. As outras vezes que cai já
estava acostumada. O jardim ainda era estranho, mas...nem tanto. Legal foi
noutro dia. Faz, tipo assim, uma semana. A gente estava na sala, tudo quieto.
Aí menina, tipo assim, de repente ele abriu a porta e chamou. Eu fiquei
paralisada, como sempre, ouvindo homens falando, crianças chorando, sem ver
onde estavam. Ele foi andando e chamando. Devagar chegamos no jardim lá
embaixo. Fiquei doidinha, doidinha. Tanto cheiro diferente. Claro que tinha de
gatos. Junto dele foi, tipo assim, TDB.
Ruinzinho
é quando ele vai trabalhar. Isso é: Todo dia né? Fico só. É bom que tenho todo
tempo pra fazer uma coisa que gosto: ficar paradona, tipo assim, olhando pelas
janelas, o movimento nos telhados. Mas tem uma hora que a saudade bate e aí
fico chamando ele. Você sabe que quando eu chamo, eu chamo messssmooooo!
Miando, desesperada. Quando ele chega e ouço o carro parando, aí que faço, tipo
assim, com mais força. Vale a pena porque quando ele entra fica todo molão pro
meu lado.
Espera!
Tô ouvindo, tipo assim, um miado. É ele.
Tá
amiga, vou ver. Até qualquer dia.
Escreve
vez em quando. Pode ser pra reclamar. HAHAHA.
Um beijão.
Ágata
AJFontes